FASCISMO: UM ALERTA
Plano de Aula
Plano de aula: O Fascismo e suas faces
Plano 1 de uma sequência de 2 planos. Veja todos os planos sobre Fascismo e Nazismo
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos.
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF09HI13 de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Conduza a aula por meio de problematizações e estranhamento dos documentos históricos, para que os próprios estudantes mostrem as necessidades mais urgentes e também para que seja possível mediar o processo de construção do conhecimento histórico.
Materiais necessários: textos impressos ou projetados, folhas de sulfite, canetas, lápis e borracha.
Material complementar:
Documento 01: Excerto do livro “Fascismo: um alerta”
A autora Madeleine Albright, natural da Tchecoslováquia, escreveu o livro nos seus 81 anos de idade. Com a experiência de ter sido Secretária de Estado dos Estados Unidos da América entre os anos 1997/2001, a autora caracteriza o fascismo e o nazismo como regimes totalitaristas, mostrando como esses tipos de governo tiveram aceitação, quando de sua introdução e, como isso pode ocorrer novamente na atualidade.
Documento 02: Discurso de Mussolini ao Parlamento italiano, em 1921
Benito Amilcre Andrea Mussolini (1883-1945), criador da ideologia e do movimento fascista na Europa do século XX, foi o líder máximo da Itália entre os anos 1922-1943, carregando o título de Dulce.
Para você saber mais:
Para melhor trabalhar com a construção do conceito histórico de fascismo com seus estudantes, sugerimos a consulta ao verbete sobre “Fascismo”, no Dicionário de Conceitos Históricos.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Editora Contexto.p.141-145.
O artigo de George Orwel, publicado no site da Revista Piauí, traz uma discussão sobre o uso do conceito histórico de “fascismo”, contribuindo no embasamento teórico e posicionamento do professor em relação ao conteúdo. O artigo está disponível aqui:
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-que-e-fascismo/ Acesso em 19/02/2019.
PAIVA, Marcelo Rubens. Alerta contra o Fascismo. In: ESTADÃO, 24 de setembro de 2018. O texto de Paiva é sobre o livro de Madeleine Albright, “Fascismo, um alerta”, no qual o autor discute as possibilidades de termos, novamente, governanças políticas fascistas em muitos lugares do mundo. O texto está disponível aqui:
https://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/alerta-contra-o-fascismo/ Acesso em 19/02/2019.
Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos
Orientações: Apresente o tema aos alunos escrevendo-o no quadro ou lendo-o para a turma. Se estiver fazendo uso de projetor, apresente esse slide e faça uma leitura coletiva. É importante que todos os estudantes tenham de forma clara, o que se espera da aula e onde chegarão, ao fim dela.
Nesse momento, exponha para os estudantes que eles irão construir a própria aprendizagem por meio da análise e estudo de documentos históricos. Os estudantes irão reconhecer as características do fascismo italiano em discursos proferidos por Mussolini, em trechos de livros por quem vivenciou o período histórico e também com a análise de foto do chefe de Estado.
Dessa forma, não serão oferecidas a eles as respostas, mas, sim, as perguntas que irão direcionar o seu próprio entendimento do contexto histórico e, consequentemente, a construção do pensamento histórico de forma protagonista. Ao analisar os documentos, é importante que seja descrito que esse material faz parte da história mundial e que foi construído por pessoas que o vivenciaram, assim como eles, hoje, vivenciam grandes momentos que, no futuro, serão importantes para a história do país e a história local.
Para que o fascismo seja compreendido como um fato histórico surgido na Itália e expandido para outros locais e períodos históricos, propomos uma atividade na Sistematização que faça os estudantes pensarem sobre a volta da aceitação de discursos com ideologias fascistas, como por exemplo, a ridicularização da democracia e a busca por uma valorização das instituições do Estado. Dessa forma, tem-se a diferenciação do fascismo que ocorreu na Itália e seus desenrolares do discurso atual de intolerância e agressividade com ideais fascista, nesse caso, discurso motivado por ódio e restritor de liberdades democráticas.
Para você saber mais:
O artigo de George Orwel, publicado no site da Revista Piauí, traz uma discussão sobre o uso do conceito histórico de “fascismo”, contribuindo no embasamento teórico e posicionamento do professor em relação ao conteúdo. O artigo está disponível aqui:
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-que-e-fascismo/ Acesso em 19/02/2019.
PAIVA, Marcelo Rubens. Alerta contra o Fascismo. In: ESTADÃO, 24 de setembro de 2018. O texto de Paiva é sobre o livro de Madeleine Albright, “Fascismo, um alerta”, no qual o autor discute as possibilidades de termos, novamente, governanças políticas fascistas em muitos lugares do mundo. O texto está disponível aqui:
https://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/alerta-contra-o-fascismo/ Acesso em 19/02/2019.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: Utilize as orientações a seguir de forma a garantir o protagonismo do estudante na construção do conceito histórico do fascismo e sua temporalidade, lançando as problemáticas para o tempo presente e suas possíveis complicações com as restrições democráticas de governos totalitaristas.
Exponha aos estudantes que eles irão ser divididos em trios colaborativos de trabalho e, para que tudo seja mais produtivo, todos irão participar, expondo suas ideias, dúvidas e apontamentos.
Agora, projete, escreva no quadro, ou entregue o texto impresso para a leitura em grupos. O texto está disponível aqui:
A leitura compartilhada em grupo possibilitará o diálogo entre os estudantes que devem questionar o texto da seguinte forma:
- Por que a autora faz um alerta?
- Como e por que o discurso fascista foi aceito naquele momento?
A expectativa é que os estudantes, ao lerem o excerto do livro “Fascismo, um alerta”, reconheçam as características do fascismo em ascensão na Europa, contando com a aprovação de grande parte da população que acreditava estar lutando pelo fim da corrupção e melhoria da nação. Nesse momento, intervenha nos comentários dos grupos e lembre que, no entanto, liberdades foram restringidas quando Mussolini tornou-se primeiro ministro e, depois, o Duce da Itália.
Reconhecer as características do fascismo e o motivo de sua aceitação em um dado momento histórico, poderá conduzir as discussões para algum viés da atualidade, já que o termo “fascista” circula muito nas redes sociais. Dessa forma, exponha que o fascismo, apesar de ser um fato histórico surgido na Itália do século XX, influenciou e ainda hoje influencia posicionamentos ideológicos e políticos, pois há quem concorde com sua política de governo. Além disso, pode-se entender que a ideologia fascista permeia outras formas de governo e discursos que, mesmo não sendo categoricamente classificados como fascistas, assim o são em seus atos.
Problematização
Tempo sugerido: 15 minutos
Orientações: Na problematização, os estudantes, ainda em trios, irão analisar um trecho do discurso de Mussolini feito em 1921 ao parlamento italiano, pouco tempo antes de assumir o poder. Nele, os estudantes poderão notar quais os tipos de fala e discurso que fazem estreita ligação com a prática do fascismo como forma de governo e ideologia política.
O trecho do discurso de Mussolini está disponível aqui:
Oriente para que a leitura seja compartilhada pelo trio e que após a leitura, as problematizações sejam levantadas de acordo com a análise do documento.
Para as questões a serem trabalhadas, espera-se que os estudantes sejam capazes de:
- Na primeira problemática disposta a eles, a expectativa é que destaquem os seguintes trechos: “será incontestavelmente antidemocrático “; “Estado fascista, síntese e unidade de todo o valor, interpreta e dá poder à vida inteira do povo”; “Nem agrupamentos - partidos políticos, associações, sindicatos - nem indivíduos fora do Estado”.
- Na segunda problemática, a expectativa é que os estudantes consigam projetar a aceitação popular do fascismo mediante as alternativas que Mussolini oferecia aos italianos, negando juntar-se ao capitalismo e ao socialismo, negando-se a apoiar corruptos, proferindo falas nacionalistas e xenofóbicas. Apesar de em seu discurso ficar claro que ele não irá prender-se a etiquetas e a democracia, Mussolini conquistava apoio público pelas falas de não aceitação do que estava estruturado no Estado e pela negação das instituições democráticas, no período entre guerras, contando com a força da propaganda nacionalista como ferramenta para manipular as massas.
- Na última problemática proposta, a expectativa é que os estudantes possam descrever Mussolini como um chefe de Estado com a presença forte, fardado, falando para soldados com traços imponentes e seguros.
Caso os estudantes não cheguem nas respostas esperadas, é possível orientar as discussões do grupo, buscando conduzir os questionamentos de justificativa para a implantação do fascismo na Itália, evitando qualquer tipo de discurso de ódio que se possa iniciar.
Para você saber mais:
Para melhor trabalhar com a construção do conceito histórico de fascismo com seus estudantes, sugerimos a consulta ao verbete sobre “Fascismo”, no Dicionário de Conceitos Históricos.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Editora Contexto.p.141-145.
Sistematização
Tempo sugerido: 23 minutos
Orientações: Após a mediação dos processos anteriores conduza a sistematização da aula na qual os estudantes ainda em trios, irão completar o trecho da música “Toda forma de poder”. A música “Toda forma de poder” é de composição de Humberto Gessinger e, foi lançada em 1986, no álbum “Longe demais das capitais”. A música trata da insatisfação do compositor quanto às formas autoritárias de governo, que acabam levando à população a acreditar em falácias ou posicionamentos ideológicos extremamente agressivos.
Espera-se que nessa atividade os estudantes consigam compreender o fascismo como um fato histórico marcado por violência e privação de liberdades e que, mesmo assim, há aceitação de uma grande parcela da população que acredita em seu discurso. E que, por isso, ele sempre aparece como discussão em propostas de governo que questionam a democracia. Espera-se ainda que, ao completarem a música, os estudantes façam uso de termos já discutidos durante a aula, como por exemplo: fascismo, história, poder, autoritarismo.
A letra completa da música “Toda forma de poder” pode ser encontrada em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12895/
Caso os estudantes não consigam sistematizar a aula, lançando as características do fascismo para a atualidade, tente questioná-los da seguinte forma: Será que em um governo onde o homem, em sua totalidade deverá ser o Estado, terá sua liberdade garantida para expor seus pensamentos em redes sociais? Ao trazer a restrição de liberdade para uma realidade tão forte como as mídias sociais, a compreensão sobre as limitações de liberdade de um governo de característica fascista, pode ser mais facilmente compreendido.
Após a elaboração dos trechos da música, os grupos fixarão os trechos produzidos no quadro da sala de aula para que todos troquem suas ideias e experiências com essa aula. Nesse momento, aproveite a oportunidade para retomar os pontos descritos na atividade, a fim de garantir que todos estudantes compreenderam e chegaram ao objetivo inicial da aula.
Para você saber mais:
https://www.youtube.com/watch?v=cg9r5TNGo0g
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: PDF com documentos de texto, imagens, áudio ou vídeo com orientações do professor.
- Optativas: Google Sala de Aula, Google Drive, Google Meet.
Contexto
Nesta aula, você pode propor que os alunos trabalhem agrupados ou individualmente. Para trabalharem agrupados, os estudantes podem se comunicar através do Whatsapp, de e-mail, Facebook ou qualquer outra ferramenta que já utilizem para se comunicar. O importante é que troquem informações e se auxiliem na análise das fontes e nas discussões propostas. Você pode deixar que se agrupem livremente ou pode agrupá-los em duplas, trios ou grupos produtivos, de acordo com o seu conhecimento sobre a turma.
Envie o objetivo da aula, o documento com o trecho de Madeleine Albright e os questionamentos propostos na etapa. Utilize ferramentas que forem mais acessíveis à sua escola e turma, como e-mail, Whatsapp, Facebook, Google Sala de Aula etc.
- Por que a autora faz um alerta?
- Como e por que o discurso fascista foi aceito naquele momento, segundo o texto?
Estabeleça um prazo para que os alunos possam responder. Eles podem fazer isso no próprio grupo da sala, por escrito, áudio ou vídeo. Você pode mandar pequenos áudios ou vídeos intermediando a análise do texto, chamando a atenção para certos aspectos, esclarecendo dúvidas, acrescentando informações que achar necessárias etc.
Problematização
Nesta etapa da aula, os alunos podem continuar agrupados ou trabalharem individualmente.
Encaminhe o documento com o discurso, a imagem de Mussolini e os questionamentos propostos na etapa. Você também pode encaminhar, se quiser, um pequeno texto, áudio ou vídeo, contextualizando a figura de Mussolini, ou pedir para que os alunos façam uma rápida pesquisa sobre a biografia dele, de modo que consigam compreender melhor o discurso.
Dê um tempo para que os alunos possam refletir e responder as questões. Eles podem enviar as respostas por escrito, áudios ou vídeos. Você pode mandar áudios ou vídeos esclarecendo dúvidas, chamando a atenção para informações presentes na fonte que os alunos possam não ter percebido e acrescentando informações.
Outra alternativa para este momento é marcar uma aula síncrona com a turma, para que eles possam responder as questões e debater, e para que você contextualize a fonte e acrescente informações.
Sistematização
Nesta etapa, os alunos podem continuar trabalhando agrupados ou individualmente.
Encaminhe o trecho da letra da música de Humberto Gessinger e, se possível, o link dela, para que os alunos possam ouvá-la no Youtube.
Eles podem enviar o complemento para a letra em forma de poesia, gravar áudio ou vídeo cantando o trecho, uma paródia dela ou de outra música sobre os temas discutidos na aula.
Os alunos podem compartilhar as produções com os colegas nas redes sociais, criando uma hashtag.
Convite às famílias
Incentive os estudantes a compartilharem as criações com familiares e amigos através das redes sociais.
As famílias podem saber um pouco mais sobre a biografia de Madeleine Albright, autora do texto “Fascismo: Um alerta”, a primeira mulher a ocupar o cargo de Secretária de Estado no Estados Unidos, e as opiniões dela sobre nacionalismo radical e o totalitarismo nesta entrevista publicada no Jornal El País (disponível aqui).
Tutoriais sobre as ferramentas propostas neste plano
Google Sala de Aula (como criar e postar atividades): disponível aqui.
Google Sala de Aula (como criar uma turma):disponível aqui.
Google Drive (como organizar pastas):disponível aqui.
Google Meet (como criar uma reunião online): disponível aqui.
Hashtags (como usar): disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Aline Zacheu
Mentor: Fernando Menezes
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental
Unidade temática: Totalitarismos e conflitos mundiais
Objeto (s) de conhecimento: A emergência do fascismo e do nazismoA Segunda Guerra MundialJudeus e outras vítimas do Holocausto
Habilidade(s) da BNCC: (EF09HI13) Descrever e contextualizar os processos da emergência do fascismo e do nazismo, a consolidação dos estados totalitários e as práticas de extermínio (como o Holocausto).
Palavras Chave: Fascismo; Estado totalitário; Benito Mussolini.
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