GEO7_08UND03 - Contextualização
Plano de Aula
Plano de aula: A desconcentração industrial na maior metrópole brasileira.
Plano 3 de uma sequência de 10 planos. Veja todos os planos sobre Centralização, concentração e desconcentração industrial.
Sobre o plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre o plano: Ele está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07GE08 de Geografia, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Este plano de aula utiliza a metodologia da “sala de aula invertida” como forma de dar protagonismo aos alunos.
No link abaixo será disponibilizado um texto base que deverá ser entregue a cada aluno antes da realização da aula, para que realizem a leitura antecipada do conteúdo. Ao longo deste plano os alunos aprenderão as causas do recente processo de desconcentração industrial no país, em particular na região Sudeste, que abriga a maior região metropolitana do país, o maior número de fábricas e o maior número de mão de obra ocupada no setor.
Materiais necessários: Texto base, lápis, borracha, folha A4 ou folha do caderno e folha de atividade referente à ação propositiva.
Material complementar:
Imagens contextualização:
Imagens problematização:
Imagens ação propositiva:
Folha de atividade referente à ação propositiva:
Imagens Sistematização:
Para você saber mais:
A indústria no Brasil se desenvolveu de maneira muito concentrada na região Sudeste do país, em particular nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A partir da década de 1970, o governo federal passou a incentivar a desconcentração industrial para outros estados e regiões do país, através de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento deste setor: construção de novas usinas hidrelétricas, a abertura de novas áreas de exploração mineral, criação de superintendências (SUDAM, SUDENE,, etc.), criação da Zona Franca de Manaus, etc.
Nas últimas décadas, porém, vêm se observando uma nova desconcentração industrial no país, na qual grandes unidades fabris estão se transferindo das grandes cidades e regiões metropolitanas para pequenas e médias cidades do interior, atraídas pela oferta de generosos incentivos fiscais, de mão-de-obra mais barata, melhor infraestrutura de transporte, etc. Para mais informações sobre este recente processo acesse os links abaixo:
BARBOSA, V. Veja a força de cada estado na indústria do Brasil. Revista Veja, 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/economia/os-estados-com-maior-pib-indutrial-do-brasil/>. Acesso em: 20 jan. 2019.
FERREIRA, Taísa. Indústria - Fuga da capital - Expansão mostra interiorização das fábricas. Ipea, 2009. Disponível em: <http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1260:catid=28&Itemid=23> Acesso em: 20 jan. 2019.
Panorama da indústria de transformação brasileira. Fiesp, 14 ed. 2017. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=236253> Acesso em 18 jan. 2019.
PENA, Rodolfo F. Alves. Fatores locacionais da indústria. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-locacionais-industria.htm >. Acesso em 25 fev 2019.
Conhecimento prévio:
Para maior efetivação e dinamização da aula os alunos já devem ter aprendido o significado de indústria, os seus tipos e o que são os fatores locacionais.
Tema da aula
Tempo sugerido: 2 minutos
Orientações: Apresente o tema para turma. Explique que, ao longo deste plano, eles terão que analisar e refletir sobre uma nova tendência de redistribuição espacial da indústria, que está deixando os grandes centros urbanos e se transferindo para pequenas e médias cidades de diferentes regiões do país.
Divida a turma em pequenos grupos de até 4 alunos, esta configuração deverá ser mantida até o final desta aula.
Contextualização
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: Faça a pergunta contida no slide.
Espera-se que os alunos levantem o maior número possível de fatores locacionais importantes para a realização da atividade industrial. Vá listando no quadro conforme forem sendo apontados. Se necessário complete esta lista com os fatores a seguir:
- Mão de obra qualificada,
- Grande e ativo mercado consumidor,
- Abundância de matérias-primas,
- Boa infraestrutura em transporte (rodovias, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos), energia e comunicação;
- Incentivos fiscais, leis ambientais fracas, leis trabalhistas flexíveis;
- Presença de laboratórios, universidades ou centros de pesquisas.
Solicite que expliquem importância de cada um deles para a indústria. Este momento será fundamental para o entendimento das causas desta recente tendência de redistribuição industrial no país.
Imagens contextualização:
Fonte das Imagens:
Automação. Wikipedia. Disponível em:
Chevron oil refinery in Canada. Wikimedia commons.Disponível em:
Como adequar à sua realidade: Utilize exemplos de indústrias de transformação (têxtil, alimentícia, etc.) existentes no bairro, cidade ou Estado onde a escola está inserida, relacionando com os principais fatores responsáveis pela sua localização.
Para você saber mais:
Denominamos de fatores locacionais o conjunto de elemento socioespaciais que influenciam diretamente na localização e distribuição espacial da indústria em um país. A existência deste fatores, por sua vez, está relacionada à questões históricas, naturais e econômicas de um local. Podemos didaticamente elencar como principais fatores locacionais para a indústria nos dias atuais: incentivos fiscais, qualificação da mão de obra, boa infraestrutura em energia, transporte e comunicação, abundância de matéria-prima, grande mercado consumidor, leis ambientais e trabalhistas fracas, existência de importantes universidades, laboratórios ou centros de pesquisas, etc. Para mais informações sobre os fatores locacionais da indústria acesse o link abaixo:
PENA, Rodolfo F. Alves. Fatores Locacionais da Indústria. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-locacionais-industria.htm>. Acesso em: 01 mai 2019.
Problematização
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: Ao longo desta etapa será problematizada a atual concentração da indústria de transformação na região Sudeste do país, a sua perda de participação entre os anos de 1985 e 2015 e a sua atual tendência de desconcentração para outras cidades, estados e regiões do país.
Inicie propondo a análise do gráfico da distribuição do emprego formal (carteira assinada) na indústria de transformação entre as regiões e estados brasileiros em 2015. Pergunte qual região e quais estados apresentam o maior número de empregos formais do país. Espera-se neste momento, que os alunos percebam que a indústria de transformação continua concentrada na região Sudeste do país, ou seja, que esta região continua sendo a mais industrializada do Brasil.
OBS.: Os estados do Acre (0,1%), Amapá (0%) e Roraima (0%) não aparecem no gráfico.
Para você saber mais:
Os dados deste gráfico se referem ao número de empregados formais na indústria de transformação por regiões e estados brasileiros em 2015 segundo dados da RAIS-MTE, que respondia por 7,2 milhões de empregados formais, cerca de 15% em comparação com os outros setores da economia.
Os dados para a construção dos gráficos contidos nos slides 4, 5 e 6 foram retirados de:
Panorama da indústria de transformação brasileira. Fiesp, 14 ed. 2017. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=236253 > Acesso em 18 jan. 2019.
Problematização
Orientações: Pergunte para a turma o que aconteceu com a indústria de transformação no Brasil entre os anos de 1985 e 2015.
O objetivo é fazer com que os alunos percebam à redução da participação da indústria de transformação no país nos últimos 30 anos, tanto em número de estabelecimento, quanto na participação no emprego formal, resultante, entre outros fatores, de crises econômicas e aumento da concorrência internacional.
Como adequar à sua realidade: Você poderá utilizar dados referente à participação da indústria de transformação nos últimos 30 anos do estado onde a escola está inserida.
Para você saber mais:
Nos últimos 30 anos, vários fatores contribuíram para a redução da participação da indústria de transformação no PIB brasileiro, no número de estabelecimento e na criação do emprego formal: crises econômicas mundiais, aumento das taxas de juros da dívida externa, crescimento da inflação, concorrência internacional (abertura econômica), elevada carga tributária interna, etc. Todos esses fatores contribuíram para a perda de competitividade da indústria nacional e a consequente redução deste setor. Nos últimos anos, a modernização do setor provocou uma redução da mão de obra formal empregada, visto que é cada vez menor a necessidade de sua utilização.
Os dados para a construção dos gráficos contidos nos slides 4, 5 e 6 foram retirados de:
Panorama da indústria de transformação brasileira. Fiesp, 14 ed. 2017. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=236253 > Acesso em 18 jan. 2019.
Problematização
Orientações: Apresente o gráfico para a turma e promova uma reflexão acerca das informações contidas nele. Após, faça a pergunta contida no slide. Espera-se neste momento, que os alunos percebam que, apesar da redução média da participação da atividade industrial no país verificada no gráfico anterior, a variação percentual do número de estabelecimentos industriais não ocorreu da mesma maneira em todos os estados e regiões brasileiras.
Para facilitar na análise do gráfico, pergunte à turma quais foram os estados que tiveram as maiores perdas de estabelecimentos industriais e quais tiveram os maiores ganhos. Após, pergunte por que os tradicionais estados de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram perdas de estabelecimento enquanto que outros como Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná tiveram um bom crescimento deste setor. Direcione as respostas dos alunos para os fatores locacionais.
OBS.: Em 1985 o estado de Tocantins não existia, não permitindo uma comparação de números. Em 2015 o estado contava com 29 estabelecimento industriais com 100 ou mais empregados. Já o estado de Roraima não possuía nenhum estabelecimento com essas características em 1985 e em 2015 possuía apenas 1.
Como adequar à sua realidade: Você poderá utilizar dados dos últimos 30 anos do estado onde se localiza a escola como forma problematizar o tema, questionando as causas do crescimento ou perda verificado.
Os dados para a construção dos gráficos contidos nos slides 4, 5 e 6 foram retirados do “ Panorama da indústria de transformação brasileira”. Fiesp, 14 ed. 2017. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=236253> Acesso em 18 jan. 2019.
Ação Propositiva
Tempo Sugerido: 17 minutos
Orientações: Os grupos deverão refletir sobre os fatores (atrativos e repulsivos) das grandes e médias cidades brasileiras e como tendem a influenciar na reconfiguração da indústria no país. Inicie perguntando o que está acontecendo na imagem e como isso atrapalha a atividade industrial. Após, entregue aos grupos a folha de atividade que contém os principais fatores locacionais para a indústria e solicitem que reflitam sobre a importância de cada um deles para a realização da atividade industrial.
Informe também que, após, terão a tarefa de se colocar no lugar de donos de uma grande indústria (o segmento será escolhido pelo grupo) localizada na capital de seu estado, e que deverão analisar se continuariam com a fábrica na capital ou se a transferia para outra cidade ou estado do país, visando reduzir os custos de produção, aumentando assim a competitividade e a margem de lucro.
A folha com a atividade da ação propositiva está disponível no link abaixo:
Para você saber mais:
Os fatores locacionais são muito importantes para a existência e localização da atividade industrial em uma determinada cidade ou região do país. A importância de cada um deles dependerá do tipo de indústria. Desta forma, indústrias de bens de consumo não duráveis de baixa tecnologia (têxteis, calçados, etc.) tendem a privilegiar os grandes centros urbanos por apresentarem, de maneira geral, uma grande oferta de mão de obra e de mercado consumidor. Por outro lado, as indústrias de base, por suas características produtivas, tendem a estar próximas das fontes de suas matérias-primas, enquanto as indústrias de alta tecnologia, por sua vez, tendem a se localizar próximas a grandes universidade, laboratórios e centros de pesquisas. Seja qual for o segmento industrial, as empresas procuram estar próximas de um ou outro fator locacional que melhor reduza os seus custos de produção, aumentando assim a sua competitividade no mercado. Para mais informações, acesse o link abaixo:
PENA, Rodolfo F. Alves. Fatores locacionais da indústria. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-locacionais-industria.htm >. Acesso em 25 fev 2019.
Sistematização
Tempo sugerido: 15 minutos
Orientações: Cada grupo terá que apresentar para a turma suas conclusões, ou seja, se continuariam ou não com a fábrica na cidade grande e por quais razões. Espera-se ao final desta aula, que os alunos percebam a importância dos atuais fatores locacionais na recente tendência de reconfiguração espacial da indústria no país, apesar de ainda estar concentrada na região Sudeste.
É importante se observar que, neste tipo de atividade, não existe certo ou errado.
Desta forma, o mais importante é analisar a profundidade dos argumentos apresentados pelos grupos, ou seja, quais fatores locacionais levaram em consideração relacionando com o tipo de indústria escolhido.
Um outro ponto relevante nesta atividade é que, os alunos levarão em consideração a realidade da capital de seu estado, não havendo portanto uma única resposta.
Fonte da imagem:
Unsplash. Disponível em:
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
Ferramentas de comunicação tecnológica (WhatsApp, e-mail ou mensagens em ambientes virtuais) e internet.
Valor trabalhado
O respeito ao ambiente e à própria coletividade.
Apresentação do tema da aula
Apresente o tema aos alunos por escrito, por meio de alguma ferramenta de comunicação tecnológica. Escreva que esta aula abordará o processo de desconcentração industrial da metrópole de São Paulo.
Contextualização
A contextualização deste plano adaptado tem o objetivo de iniciar o debate sobre a localização da atividade industrial no Brasil. Envie por e-mail ou outra ferramenta de comunicação tecnológica os três gráficos sobre a indústria brasileira. Oriente que não é necessária a impressão das imagens; no caderno de Geografia, os estudantes devem fazer uma descrição de cada gráfico.
Ação propositiva
A ação propositiva segue a originalmente proposta pelo plano de aula, mas deve ser realizada individualmente, dada a impossibilidade de encontro entre os estudantes. Envie por e-mail ou por outra ferramenta de comunicação tecnológica o arquivo com o enunciado que está disponível na ação propositiva. Como é uma atividade problematizadora, estabeleça uma comunicação ágil para resolver eventuais dúvidas.
Sistematização
Peça que cada estudante grave um vídeo ou um áudio com a apresentação da resolução do desafio da ação propositiva. Selecione alguns vídeos ou áudios e, com a autorização dos estudantes, socialize-os com a turma.
Convite às famílias
Convide os familiares para assistirem, junto com os estudantes, ao documentário histórico sobre a indústria brasileira feito pelo History Channel, disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Allan Pacheco
Mentor: Laiany Santos
Especialista: Murilo Rossi
Assessor pedagógico: Laercio Furquim
Ano: 7°ano
Unidade temática: Mundo do trabalho
Objeto(s) de aprendizagem: Compreender como os fatores locacionais (atrativos e repulsivos) vêm alterando a distribuição espacial da indústria nacional nas últimas décadas.
Habilidade (s) da Base: (EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do território brasileiro.
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