Texto para impressão - "Juruá e Anhangá"
Plano de Aula
Plano de aula: Planejamento para produção de texto
Plano 13 de uma sequência de 15 planos. Veja todos os planos sobre Lenda indígena
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: esta é décima terceira aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero lendas indígenas e no campo de atuação artístico-literário. A aula faz parte do módulo de Produção de textos (escrita autônoma e compartilhada)
Materiais necessários: Computador e projetor multimídia para passar o vídeo e os slides. Vídeo de Fafá conta (contação de histórias) O tupi que você fala. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QNzu3aQ3ubw. Acesso em 01 de dezembro de 2018. Textos impressos de Kaká Wera Jecupé: “Anhangá e Juruá” e “Juruá vira peixe” disponíveis nos materiais complementares. Quadro impresso de considerações importantes para se planejar um texto, disponível nos materiais complementares. Tabela impressa de roteiro para produção de um outro desfecho para o texto “Juruá vira peixe”.
Informações sobre o gênero: Lendas indígenas são narrativas de tradição oral que tratam de questões vinculadas à existência e a sentimentos como o medo, a coragem, a dúvida, o amor… tratam de erros, acertos e sobre os enfrentamentos da vida; questões nem sempre fáceis de ser elaboradas. No Brasil, estas lendas inicialmente foram escritas por não indígenas, no intuito de fazer conhecer esta cultura, em um momento histórico em que se buscava construir uma identidade nacional. Entretanto, estes primeiros escritos, de caráter folclórico, muitas vezes trouxeram ideias genéricas sobre os índios. Desde os anos 1990, a literatura indígena escrita pelos próprios índios vem ganhando força, e é por meio dela que buscaremos proporcionar aos alunos o conhecimento da pluralidade cultural do país, além do distanciamento de pré-julgamentos baseados em visões estereotipadas e pejorativas. Portanto, a leitura destes textos deve proporcionar a reflexão sobre como o outro vê e lê o mundo e como conta suas histórias. Nestas obras o texto é interativo e multimodal: as narrativas são permeadas de referências a sons, olfato, tato e sensações que podem ser mais bem descritas por quem de fato viveu ou esteve mais próximo dessas experiências, além de geralmente conter desenhos tradicionais (como os grafismos) e paratextos com informações adicionais relacionadas à cultura, língua e localização da etnia em questão. Estes textos literários provocam o imaginário e a fantasia, a curiosidade, o sentido de descoberta e ao mesmo tempo promovem aprendizagens e questionamentos.
Dificuldades antecipadas: Antes de escrever um texto é muito importante o planejamento. Os alunos podem não estar familiarizados com essa etapa da produção textual, que prevê coleta de informações, levantamento e organização de ideias. Nessa aula, como os alunos vão planejar um desfecho para uma lenda conhecida, devem estar atentos também à coerência que deve haver entre a trama e seu desfecho.
Referências sobre o assunto:
CASSANY, D. Decálogo Didáctico de la enseñanza de la composición. Glosas Didacticas, Barcelona, n. 4, p.1-3, 2001. Universitat Pompeu Fabra. Disponível em: <https://repositori.upf.edu/bitstream/handle/10230/21216/Cassany_GD_2001.pdf?sequence=1>. Acesso em: 6 dez. 2018.
DOLZ, J.; GAGNON, R.; DECÂNDIO, F. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. Campinas: Mercado das Letras, 2010.
LEAL, T. F.; BRANDÃO, A. C. P. (orgs). Produção de textos na escola: reflexões e práticas no Ensino Fundamental. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
LEAL, T. F.; LUZ, P. S. Produção de textos narrativos em pares: reflexões sobre o processo de interação. Educação e Pesquisa, [s.l.], v. 27, n. 1, p.27-45, jun. 2001. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1517-97022001000100003. Acesso em 08 de dez, de 2018.
NOBREGA, M. J. Redigindo textos, assimilando a palavra do outro. Revista Acadêmica de Educação do Ise Vera Cruz, São Paulo, v. 1, n. 1, p.1-13, 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.14212/veras.vol1.n1.ano2011.art3. Acesso em 08 de dez. de 2018.
Tema da aula
Tempo sugerido: 1 minuto
Orientações:
- Apresente a proposta da aula para os alunos.
- Caso não esteja seguindo essa sequência de aulas, é importante que os alunos conheçam a história “Juruá e Anhangá” do livro “As fabulosas fábulas de Iauaretê” de Kaká Werá Jecupé. Reserve uma aula anterior a esta e faça a leitura deleite do texto. Mesmo seguindo a sequência, é importante reler o texto para os alunos recordarem a história.
Materiais complementares: Para acessar o texto para impressão “Juruá e Anhangá” clique aqui.
Introdução
Tempo sugerido: 8 minutos
Orientações:
- Reproduza o slide para a turma e faça o questionamento aos alunos: “Você sabe o que é uma fanpage?”.
- Liste no quadro as hipóteses dos alunos. (É esperado que respondam: É uma página famosa na internet/facebook, que tem várias postagens famosas com views - visualizações - e likes - curtidas. As pessoas divulgam seus produtos, textos, propagandas, dentre outras coisas na internet.)
Introdução
Orientações:
- Reproduza o slide, faça a leitura e explique a definição de fanpage. Comente que o objetivo das três próximas aulas é escrever uma nova continuação para uma lenda indígena conhecida. Essa aula será dedicada ao planejamento do texto. Após o planejamento e escrita, haverá também uma aula dedicada à revisão e edição, com o apoio do professor e colegas. Essas produções textuais serão publicadas em uma fanpage da turma que deverá ser lançada e divulgada para os seus familiares em um evento ao final desta sequência.
Materiais complementares:
SIQUEIRA, A. Fanpage no facebook: o que é e porque sua empresa deve ter uma. Revista Digital, 2017. Disponível em: https://resultadosdigitais.com.br/blog/fanpage-facebook/. Acesso em 04 de dez. de 2018.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 35 minutos
Orientações:
- Reproduza o slide para a turma e faça uma leitura coletiva das palavras.
- Questione os alunos se sabem qual é a origem delas. (É provável que digam que são de origem brasileira, portuguesa ou mesmo, devido aos temas já abordados nas aulas anteriores da sequência, poderão indicar que são palavras de origem indígena)
- Explique que todas elas têm a mesma origem e que no próximo slide irão conhecer um pouco mais sobre elas.
Desenvolvimento
Orientações:
- Reproduza o vídeo “O tupi que você fala” por Fafá conta.
- Logo após, questione-os se já sabiam que no nosso dia a dia falamos a língua tupi. (Espera-se que os alunos fiquem surpresos e digam que não)
- Explique que essa língua é falada pela maioria dos indígenas que habitavam o litoral do Brasil no século XVI e que sobrevive até hoje.
- É importante relembrar com os alunos que uma das características das lendas indígenas é o uso de palavras originadas das línguas indígenas como a língua tupi (do vídeo assistido), nambikwara, sateré, nheengatu… dentre tantas outras existentes. Lembre os alunos que são muitos os idiomas dos povos indígenas, sendo muitos povos bilíngues (pois falam também o português) ou fluentes em até três idiomas.
- Peça para que falem os nomes de animais que apareceram nesta história e individualmente registrem esses nomes através de uma lista. (Jabuti, sagui, tamanduá, siri, sucuri, jacaré, capivara, arara, urubu, tucano, paca, tatu, sabiá, piranha, perereca, taturana). Explique que eles poderão utilizar a lista durante esta aula.
Materiais complementares: Fafá conta (contação de histórias). O tupi que você fala. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QNzu3aQ3ubw. Acesso em 01 de dez. de 2018.
Desenvolvimento
Orientações:
- Avise os alunos que você fará uma leitura em voz alta do texto “Juruá vira peixe” do livro “Fabulosas fábulas de Iauaretê” de Kaká Werá Jecupé. Se estiver seguindo a sequência, os alunos irão relembrar a história, caso não esteja seguindo diga que ela é continuação da lenda “Juruá e Anhangá” que deverá ser lida numa aula anterior.
- Logo após a leitura questione os alunos:
- Qual é o título do texto? (Juruá vira peixe)
- Que gênero textual é esse? (Lendas indígenas, retome sobre as características do gênero em estudo como por exemplo narrativas vivenciadas por personagens indígenas, podem ter personagens com poderes excepcionais, os cenários de aldeias e florestas, os animais que costumam estar presentes e também podem falar, as transformações, os elementos mágicos, as palavras na língua indígena...)
- Quando e onde se passa esta história? (No tempo passado, em uma floresta. Os alunos podem inferir que se passa também numa aldeia,
pois, na parte inicial, o narrador conta que Juruá espalhava maledicências a respeito de Anhangá entre amigos) - Personagens principais? (Juruá e Anhangá, o espírito da floresta)
- Conflito gerador? (Juruá, zombador e rancoroso, sai dizendo para todos que Anhangá é covarde e assassino. As palavras de Juruá chegam ao ouvido de Anhangá que vai ao seu encontro)
- Desfecho? (Anhangá esgota a sua paciência, transforma Juruá em peixe e o coloca no rio advertindo que se reclamar só bolhas sairão de sua boca)
- Quem conta a história? (Existe um narrador que conta a história, é observador, ou seja, não participa dela)
- No texto, há um nome de animal cuja palavra tem origem tupi. Você sabe qual é? (É esperado que os alunos percebam que é a palavra “muriçoca”. Entre peixe e muriçoca (que são os animais que aparecem no texto) os alunos podem relacionar a palavra muriçoca com: paçoca, pororoca, boboca e pipoca, ou seja, palavras que rimam, têm origem tupi e aparecem no vídeo “O tupi que você fala”.
Materiais complementares: Para imprimir o texto “Juruá vira peixe”, clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Comente com os alunos que deverão planejar uma nova continuação para a história “Juruá vira peixe” e que para isso eles irão preencher o quadro com as considerações importantes para esse planejamento. Após esta aula, serão desenvolvidas mais duas: sendo uma para a escrita, em duplas, e a última para a revisão dos textos. Caso siga a sequência, você pode compartilhar essa informação com os alunos.
- Distribua uma cópia para cada aluno da tabela do slide. Discuta coletivamente as respostas, mas solicite o registro individual.
Quem irá escrever o texto? (Os alunos do quarto ano)
Para quem? (Para os leitores da “fanpage”, podem ser os professores, outros alunos, familiares, internautas...)
Qual é a finalidade dessa produção? (Divulgação, em uma fanpage, dos textos produzidos pelos alunos como finalização da sequência de lendas indígenas)
Em que suporte o texto será escrito? (Combinar com os alunos que o texto será escrito a mão e depois digitado para poder veicular na internet)
Onde os textos irão circular? (Na internet)
Materiais complementares: Para acessar o quadro para impressão, clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Leia em voz alta o roteiro para a turma, distribua a tabela e peça para que preencham em duplas.
- Sugira aos alunos que utilizem a lista de animais em tupi para fazer as modificações.
- Anhangá teve duas transformações no texto. Quais foram elas? (Muriçoca e gigante)
- Na sua versão, Anhangá também deve passar por transformações. Quais serão elas? (Diga aos alunos que eles podem escolher que transformações ocorrerão com Anhangá. Eles podem manter o enredo e modificar apenas o animal no qual o personagem se transforma).
- O que Anhangá irá dizer a Juruá? (Resposta pessoal, porém deverá ser coerente com os animais que escolheram).
- Em que Anhangá transforma Juruá no texto original? (Em peixe)
- Pense em um desfecho diferente. Em qual animal Anhangá irá transformar Juruá? Como será esse final? (Peça aos alunos que elaborem um desfecho coerente com o conflito inicial e com o animal que ele foi transformado. Por exemplo: Se ele virar um tucano, Anhangá poderá arremessá-lo para que voe bem alto e nunca volte para falar mal de Anhangá).
- O título poderá permanecer o mesmo? Por quê? Dê outra sugestão. (Nessa questão é esperado que os alunos percebam que o título não poderá permanecer o mesmo, porque Juruá irá se transformar em outro animal)
3. Circule pela sala e oriente os alunos quando sentir necessidade. Exemplos de questionamentos: Você tem certeza que esse animal faria isso? Esse desfecho tem sentido com o conflito inicial? Há resolução ou explicação sobre o rumo de cada um dos personagens? O título está relacionado com a sua história?
Aproveite esse momento para instigar a criatividade dos alunos.
4. Explique para a turma que na próxima aula, ainda em duplas, irão utilizar o quadro preenchido para produzir outra continuação para a história.
Materiais complementares: Para acessar a tabela para impressão, clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Após o preenchimento da tabela, peça para alguns alunos, principalmente aqueles que estejam com dúvidas ou sem muitas ideias, para socializarem seus planejamentos.
- É importante que os alunos escutem os colegas, conversem e interajam neste momento. O diálogo é uma forma de captar ideias, desenvolvê-las e aprimorá-las, trocar impressões sobre alguns planejamentos pode apoiar todo o grupo no momento da escrita.
Fechamento
Tempo sugerido: 6 minutos
Orientações:
- Para finalizar a aula, faça a pergunta do slide aos alunos, registre em papel kraft ou metro para expor no painel da sala. Peça aos alunos para tomarem nota no caderno das conclusões da turma.
- É esperado que os alunos falem de elementos que apareceram na aula como:
- Preservar as características do gênero lendas indígenas, incluir palavras e expressões indígenas, incluir diálogos entre os personagens.
- Seguir o planejamento desenvolvido pela dupla (que deve ser coerente com o início e conflito da história original).
- Levar em consideração o objetivo da escrita, o público que vai ler o texto e o lugar em que será publicado.
3. Oriente que na próxima aula a tabela de planejamento vai apoiar a escrita das duplas.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das orientações por áudio, vídeo ou texto, e troca de mensagens com os estudantes sobre a atividade;
Texto “Juruá e Anhangá” (disponível aqui);
Texto “Juruá vira peixe” (disponível aqui);
Vídeo “O Tupi que você fala” (disponível aqui);
Roteiro de planejamento para reescrita (disponível aqui).
- Opcionais: canais para videochamadas, como Google Meet ou Zoom (tutorial disponível aqui);
Google Docs (tutorial disponível aqui).
Introdução
Convide os estudantes, por WhatsApp ou outro canal de comunicação, a fazerem a reescrita de uma lenda indígena, a começar pelo planejamento. Diga que eles vão criar uma continuação para as histórias “Juruá e Anhangá” e “Juruá vira peixe” (já utilizadas em aulas anteriores), em que os personagens se transformam em animais. Envie os textos para que releiam e possam começar a pensar nas mudanças que querem fazer. Esclareça que o desafio será pensar em outros animais para os personagens se transformarem. Envie o vídeo “O tupi que você fala”, que traz o nome de vários animais que conhecemos na língua Tupi. Peça que enviem ao grupo da turma os nomes dos animais que aparecem no vîdeo (jabuti, sagui, tamanduá, siri, sucuri, jacaré, capivara, arara, urubu, tucano, paca, tatu, sabiá, piranha, perereca, taturana) e explique que eles poderão utilizar esse vocabulário em suas histórias - uma das característica do gênero lendas indígenas.
Desenvolvimento
Lembre-s que a história de Juruá foi contada em duas partes: na primeira, “Juruá e Anhangá”, o personagem encontra o espírito das florestas, que acaba por lhe dar uma lição; na segunda parte, “Juruá vira peixe”, os personagens voltam a se encontrar, mas desta vez Anhangá tem que ser mais duro e, para acabar com as maldades do personagem, acaba transformando para sempre Juruá em peixe. Explique que eles vão continuar a história a partir desse segundo encontro de Juruá com Anhangá. Combine, por meio de troca de mensagens com o grupo ou em uma videochamada, qual será a finalidade dessa produção, como ela será feita (digitada ou manuscrita) e com quem eles poderão compartilhar seus textos depois de prontos. O plano de aula original traz como sugestão a criação de uma fanpage; caso se interesse por essa opção, consulte o plano para saber mais.
Por fim, envie o roteiro de planejamento para reescrita e estipule um prazo para finalização. Solicite que os estudantes façam o planejamento no caderno (e, se possível, enviem a você uma foto) ou que o façam digitalmente. Nesse caso, você pode selecionar o texto do roteiro - em PDF - e colá-lo em um arquivo do Word ou do Google Docs (lembre-se de selecionar a opção “enviar uma cópia para cada aluno”, para não ocorrer de todos editarem o mesmo arquivo).
Fechamento
Combine uma videochamada para socializar os planejamentos e solicite aos estudantes que deem sugestões uns aos outros. Vá mediando a conversa para garantir que os planejamentos se adequam ao gênero. Ao final, retome o que não pode faltar na reescrita: preservar as características do gênero lendas indígenas, incluir palavras indígenas, incluir diálogos entre os personagens, seguir o planejamento desenvolvido, levar em consideração o público que vai ler o texto ou o lugar onde será publicado. Aproveite para informar que nas próximas atividades eles vão textualizar a história e posteriormente revisá-la.
Caso não seja possível realizar a videochamada, procure trocar os planejamentos entre os estudantes, enviando os documentos recebidos e solicitando dicas e sugestões para apoiar a escrita dos colegas. Envie uma mensagem com as orientações para a reescrita e antecipe os acontecimentos das próximas aulas (assim como seria feito na vídeochamada).
Convite às famílias
A família pode ser convidada a reler as histórias com as crianças e ajudar a pensar que modificações seriam interessantes. Lembre as famílias da importância de se interessarem pelas atividades e valorizarem as construções feitas pelas crianças em todas as etapas de seu processo de aprendizagem.