É importante que o professor conheça as crianças e saiba em que fase cada um se encontra em relação ao processo de desfralde, inclusive com informações trocadas entre escola e família.
Materiais:
Materiais do cotidiano das crianças, que podem ser encontrados na própria unidade: bonecas que apresentem diferentes características físicas, penicos, que podem ser representados por potes de garrafas pet, fraldas e outros objetos que julgar bons componentes dentro desse ambiente de brincar simbólico. Um livro referente ao desfralde, caso a escola tenha no acervo, e demais livros da preferência da turma. Tapete, manta ou TNT.
Espaços:
Utilize o espaço da sala do grupo para criar estações ou centros de brincadeiras
com bonecas sentadas em penicos, bonecas de fraldas e bonecas sem fraldas.
Produza outro ambiente convidativo à leitura e à exploração dos livros, decorado com tapete e almofadas, livros que as crianças gostem e sobre o tema do desfralde.
Tempo sugerido:
Entre 30 e 45 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como as crianças demonstram interesse em usar o banheiro? Quais as estratégias usadas pelas crianças nessa comunicação?
2. Quantas crianças da turma já fazem comunicação verbal anterior ou posterior do xixi ou cocô na fralda?
3.Quantas crianças verbalizam ou comunicam, por expressões faciais e corporais, algum desconforto com o tema do desfralde?
4. De que maneira é possível perceber a maturidade da criança para o início do desfralde durante os momentos de brincar livre e simbólico?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo.Ajude as crianças na exploração do ambiente do banheiro e no uso social dele (descer a roupa, sentar no vaso, limpar as partes íntimas, subir a roupa e higienizar as mãos). Atente-se para expressões corporais e faciais das crianças durante as brincadeiras simbólicas e livres.
O que fazer durante?
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Mostre ao grande grupo que organizou um grande espaço de brincadeiras e um outro espaço aconchegante, para interação com livros e leitura de histórias. Permita que as crianças se organizem da maneira como preferirem, em duplas, trios, individualmente ou em pequenos grupos. Durante esse momento tenha um olhar atento para cada criança e seus possíveis sinais corporais de necessidade de usar o banheiro.
Possíveis falas do professor neste momento: Nossa você está mexendo muito as pernas, por que será que você está assim. Precisa de ajuda?
Olha só, você está muito agitado, não consegue nem aproveitar a brincadeira, vamos ao banheiro fazer esse xixi e depois você volta para brincar com tranquilidade?
Possíveis ações da criança neste momento: Negação diante do convite de conhecer o banheiro. Demonstrar satisfação, entusiasmo. Olhar investigativo e explorador.
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Ao chegar ao banheiro, converse sobre como esse espaço é usado dentro da cultura das crianças. Observe-as, apoie a autonomia e instigue as curiosidades, acompanhando encantamentos e possíveis descobertas. Deixe que a criança use o banheiro no tempo dela e, caso necessário, ofereça ajuda para descer ou subir a roupa, limpar a genitália e fazer a higienização das mãos. Converse sobre a necessidade de privacidade e sobre o cuidado que o adulto precisa ter com a criança ao ajudar nesse momento. Dúvidas e curiosidades quanto às características físicas podem surgir. Faça o acolhimento e ajude as crianças a perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
Possíveis falas do professor neste momento: Quando podemos vir ao banheiro? Depois que deixamos de usar fraldas o banheiro é o lugar onde devemos ir para faxer xixi e cocô. Não é legal fazer xixi na grama ou na rua pois pode causar doenças. Vou ajudar você a se limpar agora, tá!?
Possíveis falas das crianças neste momento: Por que ele faz xixi em pé?
Possíveis ações da criança neste momento: Ficar contente por ter usado o banheiro.
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Durante o brincar simbólico, observe quais brincadeiras são iniciadas pelas crianças com os ambientes, brinquedos e materiais disponíveis. Você pode investigar se existe uma necessidade de trabalhar o brincar simbólico dos meninos com as bonecas (caso não seja de interesse de muitos deles interagir em brincadeiras com elas), o tema do desfralde e o cuidado um com o outro.
Possíveis falas do professor neste momento: Do que vocês estão brincando? Que legal, então essa criança já não usa mais fralda? Diante de uma brincadeira onde uma boneca seja colocada no penico. Os meninos podem fazer de conta que são papais das bonecas”. Apesar de termos algumas diferenças no nosso corpo, todos nós podemos cuidar uns dos outros.
Possíveis falas da criança neste momento: Quem cuida dos bebês é a mãe. Bonecas são brinquedos de meninas. Diante de outros meninos que se mostrem interessados e engajados na brincadeira com as bonecas.
Possíveis ações da criança neste momento: Ignorar o tema ou mostrar desconforto. Nesse caso, busque indicar outras brincadeiras disponíveis, desenho livre e os livros.
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No caso de alguma criança demonstrar desconforto e insegurança diante do seu convite de ida ao banheiro, busque acolhê-la com muito cuidado e afetividade. Tente investigar o porquê da negação, ofereça ajuda, busque acolhê-la e tornar a ida ao banheiro mais atrativa para ela, respeitando seus limites.
Possíveis ações da criança neste momento: Isolamento, choro e agressividade.
Possíveis falas da criança neste momento: Não estou com vontade de fazer nem xixi e nem cocô. Não preciso ir ao banheiro.
Possíveis falas do professor neste momento: Tudo bem, eu estou aqui com você, eu te ajudo. Podemos apenas ir visitar o banheiro, quando você chegar na privada, pode ser que a vontade apareça.
Para finalizar:
Avise ao grande grupo que dentro de dez minutos iremos guardar os materiais para nossa próxima atividade. Depois de cinco minutos, avise novamente. Ao final dos cinco minutos, convide o grande grupo para guardar os brinquedos e organizar a sala. Ao perceber que alguma criança não está ajudando, entregue um brinquedo na mão dela, peça ajuda para guardá-lo e indique onde ela pode fazer isso. Cante uma canção que marque com o grupo os momentos de arrumação.
Sugestão: Nós Vamos Guardar, de Fabiana Godoy .
Desdobramentos
O uso do banheiro deve ser feito todas as vezes que a criança sinalizar ou o que professor perceber a necessidade disso.
Engajando as famílias
A educação das crianças é uma ação conjunta entre família e escola. Informe aos pais sobre o desenvolvimento do desfralde e sobre como as crianças reagiram. Se coloque à disposição para ajudar os responsáveis a encontrar alternativas que possam facilitar a abordagem desse tema com a criança, como uma troca de livros sobre o assunto entre as famílias e a escola.
Visita e exploração do banheiro
Apresente a proposta Este plano oferece a possibilidade de trabalhar muitas aprendizagens através de um momento de cuidado de si, como é o momento de usar o banheiro. A intenção é que a criança, ao utilizar o banheiro em momentos do cotidiano, possa ter a oportunidade de conhecer e expressar através de gestos e falas as próprias necessidades, sejam elas fisiológicas ou de uso dos objetos do espaço. Converse com o adulto referência sobre a importância de estar sempre atento para perceber quando a criança quiser ir ao banheiro, apoiando as ações dela.
Adaptações necessárias Verificar se o banheiro está limpo e com todos os utensílios necessários para a higiene da criança, como papel higiênico, lixeira, sabonete, toalha e, se possível, até um banquinho, para que ela possa alcançar o vaso sanitário e a pia.
Sugira às famílias Oriente ao adulto referência que, ao perceber que a criança está com vontade de ir ao banheiro, faça o convite para levá-la ao espaço e, junto com ela, explore todo o ambiente e as possibilidades de uso. Diga que observe a criança, apoie a autonomia e instigue as curiosidades dela, acompanhando encantamentos e possíveis descobertas. Explique que é fundamental deixar que a criança use o banheiro no tempo dela e, caso necessário, ofereça ajuda para descer ou subir a roupa, limpar a genitália e fazer a higienização das mãos. Oriente, também, sobre a importância de conversar sobre a necessidade de privacidade e sobre o cuidado que o adulto precisa ter com a criança ao ajudar nesse momento. Dúvidas e curiosidades quanto às características físicas podem surgir. Convide o adulto referência a acolher e ajudar a criança a perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
Para compartilhar com o grupo Peça para os familiares comentarem com você, por relatos escritos ou orais, via Whatsapp ou outra plataforma de comunicação que a rede está utilizando, como tem acontecido as experiências da criança com o uso do banheiro. Após ter conhecimento dos relatos, faça devolutivas para as famílias, parabenizando-as pelos investimentos e apoios. e dando mais algumas orientações, caso considerar necessário.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Leda Barbosa
Mentor:Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek
Sugestão de idade: De 1 ano e 7 meses a 2 anos e 11 meses.
Campos de Experiência:O eu, o outro e o nós.
Objetivos e códigos da Base Centrais:
(EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
(EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios. Transversal:
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
Abordagem didática:
Por volta dos dois anos, as crianças demonstram uma predisposição biológica que permite o início do processo de retirada da fralda e a progressiva utilização do banheiro: elas comunicam o que irão fazer antes de efetivamente fazê-lo. É um período de conquista de autonomia, pois envolve a percepção de sinais e o controle do corpo, a comunicação com adultos, o aprendizado de novos procedimentos no cuidado de si etc. O trabalho da escola ajuda para que o período seja vivido com confiança e segurança, tornando-o mais natural e acolhedor. Para isso, é preciso respeitar o ritmo de cada um, fazer parceria com as famílias, ressaltar as conquistas e criar, no grupo, atitudes de respeito e colaboração.